sábado, 8 de outubro de 2016

Zona de ConFRONTO.



A zona de conforto é uma delicia. Lugar de ambiente conveniente pela convicção do conforto. " tá tudo bem aqui, to segura, domino os conhecimentos necessários para existir no meu mundo, já sei de cór o passo a passo e as regras do jogo desta vida satisfatória." É agradavelmente aconchegante, eu concordo. Porém, por outro lado,  esse aconchego me incomoda. Me faz sentir parada no tempo. É como se a vida estivesse passando e eu ali, no meu mundinho pequeno e limitado fazendo as mesmas coisas. Sinto como se esse espaço (zona de conforto)  fosse um quadrado, dentro do universo, com muros que me impedem de ver o lado de fora. Eu sei que posso ir além. Eu sei que posso o que eu quiser nesse mundo. Eu sei que posso estar do lado de lá desse muro. E escrevo isso com toda humildade em mim. Eu apenas tenho plena certeza que, qualquer que seja o meu objetivo, eu vou lutar com todas as armas que eu tenho, enfrentar todas as tempestades que caírem sobre mim e com a proteção de Deus, minha persistência e dedicação eu vou chegar lá. Não se trata de sorte, meu querido leitor. Trata- se de coragem, pagar o preço e aguentar a dor.
Sair da zona de conforto, sair desse quadrado seja em qual sentido for (mudar de cidade, sair de casa, por fim ao relacionamento, aceitar uma proposta nova de emprego)  tem muito a ver com enfrentar. Nunca, nunca é fácil.
Já perdi as contas de quantas vezes acordei de manhã e pensei: é sério que eu tenho que levantar ? É sério que to aqui ? É sério mesmo? Não quero!!! Mas, após uns minutos de reflexão, lá vou eu realizar as tarefas que me foram confiadas. Muitos dias com os olhos cheios d'Água. Tudo bem. É permitido chorar.
Há pouco tempo atrás eu vestia meu uniforme e ia voar... o que eu mais amo fazer nessa vida. E agora, eu me vejo acordando e dormindo no mesmo lugar. A sensação de estou "presa no chão" me incomoda de uma forma que eu nem sei explicar pra vcs. São tempos difíceis. Minha zona de conforto nunca esteve tão distante de mim quanto agora. Morar em outro país, nessa condição de Au pair, é mesmo uma tarefa desafiadora.
Isso não é uma reclamação. Não me interpretem mal. É apenas um fato. Falarei mais sobre pontos positivos e negativos da vida de Au Pair num outro post. Aguardem.
O ponto que quero expor aqui é que, de fato, para alcançarmos nossos sonhos, nossos objetivos sejam quais forem, exige sacrifício. De alguma forma vai ser doloroso.
Se vc quer perder peso, tem que se expor ao sacrifício de não comer o que gosta. Se  quer sair de um relacionamento, vai ter que lidar com a dor da solidão, se quer comprar uma casa, tem que se privar de gastos que te agrada para economizar, se quer ser comissária, tem que se dedicar nos estudos o que pode significar não ter vida social por um tempo... Se quer abrir uma empresa, tem que lidar com a possibilidade de não ter sucesso e por aí vai... Absolutamente tudo tem o preço a pagar.
Me vejo dentro desse quadrado "aconchegante" e olho para este muro que não me permite enxergar o outro lado. Procuro uma forma fácil e confortável de atravessá - lo. Não encontro. Esse espaço não tem portão para facilitar a saída e é justamente isso que induz muitas pessoas a se contentar a ficar ali, com o que a vida lhes oferece, apenas aplaudindo o sucesso alheio cheio de vontade de pular o muro, mas não tem coragem, afinal, causará um certo desconforto. Se vc é assim e é feliz (ou não) eu não te julgo por isso, desde que vc não venha me dizer que eu tenho sorte na vida. A sorte DEFINITIVAMENTE nunca foi minha companheira. Poucos sabem sobre os perrengues que insistem em me acompanhar. (1 minuto de silêncio pra eles!) Na real, o que vcs chamam de sorte eu chamo de coragem. Eu me aventuro a enfrentar todas as dificuldades existentes para subir no muro e pular pro lado de lá... Dói, me causa náuseas às vezes. A saudade fere mais do que os joelhos ralados pela tentativa incessante de pular o muro. Até que enfim eu chego no topo, e mesmo com toda a insegurança que o desconhecido me causa, eu pulo pro lado de lá e depois de todo o sacrifício eu descubro que o muro existia apenas naquela parte do cérebro que chamamos de imaginação. Imagino os desafios muito maiores que eles realmente são, e depois que passo por eles, olho para trás e penso: ah, nem feriu tanto, já superei... Li em algum lugar que a pior "gaiola" é a invisível. Concordo muito com isso. Bom, real ou não, este muro me impedia de enxergar e ir além, por isso não estou mais lá. Estou do lado de fora agora. E aqui, deste lado, ficarei até que meu objetivo seja alcançado e então sairei desta zona de conforto que criarei aqui para levar meus pés onde minha mente ousar sonhar. Para isso, é preciso foco, equilíbrio, maturidade e acima de tudo é preciso estar em sintonia com O cara super gente boa lá de cima, porque é Ele que me dá forças, que ouve minhas preces mais sinceras durante a noite e acalma as ansiedades do meu coração. Gratidão pelas minhas conquistas, pela resiliência e coragem que Deus me dá pra suportar as consequências das minhas escolhas.